segunda-feira, 27 de outubro de 2008

RODA VIVA

Foto site: www.portalsana.com.br

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá...
(Roda viva – Chico Buarque)






Há algum tempo, eu peguei umas fotos com um amigo para escanear e colocar no meu arquivo da monografia. Hoje, olhando com mais calma essas fotos já digitalizadas reparei que algumas pessoas presentes ali eu viria a conhecer anos mais tarde. Engraçado como as coisas acontecem: eu vi esse meu amigo e alguns outros, que hoje são meus colegas ou conhecidos, circulando no SANA 3.

As lembranças daqueles dias vieram à tona: a correria da véspera para deixar a mochila pronta para o dia D, os risos, a ansiedade de chegar ao evento e ver o que seria exibido, poder comprar um monte de mangás, camisetas, ouvir as músicas dos meus animes preferidos tocadas ao vivo por uma banda cover. Lembrei-me de ver uma garota vestida de pelúcia listrada com uma peruca rosa e fiquei me perguntando quem era a personagem. Em nenhum momento olhei com preconceito para os cosplayers que circulavam no Centro de Convenções, ao contrário, fiquei extasiada com aquilo tudo! Enfim, descobri que não estava tão sozinha no mundo quanto imaginava... Afinal, espera-se que, aos 18 anos você já mantenha uma postura séria, em nenhum momento deve lembrar a garotinha que foi um dia - tem que ser uma mulher respeitada, responsável, deve pensar no futuro e esnterrar o passado, não podendo gostar mais “... desses programas infantis...”.

Apesar de sempre assistir animes junto com meus vizinhos e com meus primos, somente em 2003, fui a um evento do gênero, o SANA. Porém, o que mais acho intrigante é ver as voltas que o "destino" dá às nossas vidas... Quem diria que três anos depois do SANA 3 eu iria estudar com uma dessas criaturas na mesma faculdade... Hoje posso dizer que 2003 foi o ano: eu me encontrei. Foi a partir de uma conversa com um amigo do francês (que estudava japonês e que já estava bem adiantado) que eu comecei a traçar o meu futuro - cursar Ciências Sociais e estudar a cena otaku de Fortaleza... Mas essa é uma outra divagação...

-Será que somos nós que mandamos no nosso caminho?
- Ou será que existe uma força maior que nos guia ao encontro com o outro?

- Ou será que somos nós, que, antes de vir a este mundo combinamos de nos encontrar?

Não sei se um dia encontrarei resposta para todas essas e mais outra indagações que me passam na cabeça. São momentos assim que me fazem divagar e vagar por aí...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

SANA...

Olha quem encontrei no SANA 8!!!


Após a minha defesa de monografia postarei-a completamente. Por enquanto fica a foto do PIG-CHAN que eu encontrei lá no Centro de Convenções...




A minha postagem de hoje é uma homenagem à um amigo, que faz tempo que não o vejo. Ele tem o costume de se perder até mesmo nos caminhos mais fáceis, como chegar aqui em casa. Ele é o Ryoga, ou Pig-chan, como a Akane o chama.
xD~~~ Quem sabe quem é, sabe...


sábado, 11 de outubro de 2008

Aviso aos navegantes...

Antes de mais nada, quero dizer que CONHEÇO a acepção original do termo otaku. Sei dos preconceitos que os japoneses assim denominados sofrem. Mesmo assim, me considero uma otaku, mais precisamente uma otome. Uma otome à brasileira que curte anime, mangá, tokusatsu, e J-Music, mas que também gosta de ouvir MPB, Bossa Nova, Teatro Mágico, Cordel do Fogo Encantado...
Fiz durante quase dois anos a pesquisa para minha monografia relacionada ao grupo dos fãs da cultura pop japonesa no Ceará. Debates foram gerados a partir desse meu tema de pesquisa. Participei de rodas de discussões com pessoas do ninhongo - UECE.
Recebi muita ajuda para compor meu trabalho, pessoas muito gabaritadas me auxiliaram na composição do estudo sobre o otaku japonês e brasileiro...
Este blog é um reflexo de tudo o que sou, de tudo o que gosto e o que penso...

Perdida em minhas divagações...

Ao escrever o prefácio da edição brasileira do livro Os Ritos de Passagem, de Arnold van Gennep, o antropólogo Roberto DaMatta vem mostrar que o homem sente a necessidade de se expressar. Os ritos de passagem são fatos que permeiam todas as sociedades humanas. E com a sociedade ocidental, não é diferente, através deles pode-se perceber essa necessidade humana, pois o rito:


“[...] igualmente sugere e insinua a esperança de todos os homens na sua inesgotável vontade de passar e ficar, de esconder e mostrar, de controlar e liberar, nesta constante transformação do mundo e de si mesmo que está inscrita no verbo viver em sociedade” (daMatta, 1977:11).


Esse desejo de ficar, de permanecer, de ser eterno é constante no ser humano. Assim, será que a internet pode funcionar como um mecanismo para a eternização humana? Essa é a minha forma de dizer que também tenho o desejo de passar e permanecer neste mundo.

Deixar minhas marcas...